domingo, 19 de setembro de 2010

Aviso rápido

Para aqueles que já leram o capítulo 7 antes desse aviso.
Modifiquei algumas partes.
Se quiserem, releiam...
E desculpem qualquer erro nele.


Mais uma coisa coisa...
A "nova" imagem trás o nome do primeiro livro, Fratelli di Luna (Irmão da Lua).

sábado, 18 de setembro de 2010

Então neh...

Bom...
Primeiramente, eu queria pedir desculpas pela frequência dos capítulos esta menor. Não tenho achado tempo suficiente pra escrever como toda a minha rotina de estudos. Para vocês terem uma idéia, esse Cap. só tá aqui porque eu escrevi metade dele durante a aula e a ourta metade quase caindo de sono na frente do PC \o/



Segundamente (lol) vem isso aqui:

Valeu pelo selinho Mariiii *--* (só eu li isso com duplo sentido? õ.o)

As regras:

1 - Tens que contar 9 coisas sobre ti que os outros não saibam (tranquilo)

2 - Passar o selo para outras 9 pessoas (xiiiii... Não tenho nem 5)

Passo 1- 9 motivos pra não ir com a cara do autor (brincadera tá xD)

1) Tenho complexo com a minha altura. Apesar de ter 1,73 eu realmente odeio a minha altura. Custava crescer 7 cm a mais? D:

2) Tive meu primeiro vislumbre da história do Luna Luminatti (praticamente todos os capítulos 1 e 2) voltando de ônibus pra casa.

3) Estudo com Colégio Militar, faço cursinho e estudo todo o dia pra passar na UFRGS em Direito, já fiz até a inscrição pro vestibular. *-*

4) Sou otaku. De acordo com meu M.A.L, já perdi 71,5 dias da minha vida vendo Anime, mais ou menos uns 116 (é pouco, mas vai aumentar denovo qnd eu passar no vestibular).

5) Sou grotescamente eclético com música. Meu Itunes tem desde EuroTrance até Children Of  Bodom e Atreyu. Apesar de ter preferencias por gêneros de Metal e Hardcore. E pelo meu Lasfm eu escuto 65 faixas por dia, umas 5 horas e meia por dia. Music It's My Life.

6) Pretendo virar juiz depois de sair da faculdade. Basicamente, um Juiz Metaleiro, Otaku, viciado em Vianco e Salvatore, meio nerd e escritor de histórias como essa.

7) Eu toco baixo *-* Ou tento pelo menos :x

8) Eu sempre tenho uma "gordurinha" de Luna Luminatti escrita, em caso de emergência. Pra não ficar mais de 15 dias sem postar algo por causa do estudo ou então por um bloqueio.

9)Depois de sair do colégio, estou na duvida se deixo o cabelo crescer alisando ele, ou se faço tudo em tranças ou Dreads. Realmente não sei qual dos três xD
 
Acredito que terminei. Agora...
Passo 2- Eu realmente não tenho 9 pessoas pra passar isso 8D (com todo o respeito as regras, mas se algum desses não quiser postar no blog, blz. Apenas fica minha admiração :D ) Vou simplesmente por 9 Blogs que me fazem ou fizeram sorrir, ou algo assim...
 
- Aquilo que vem do escuro
- O Arrebatamento
- Four Track

Espero que as divindades selisticas me desculpem \o/
Mas só tenho 6 Blogs pra por aqui.
 
 
 

Até mais, meus caros õ/                                                          (essa imagem é um Spoiler que)
E me desculpem por qualquer eventual erro                                    (ninguém vai sacar)
de grafia, formatação, etc... ^^"
See yah õ/

Capítulo 7 – Recordações 4: O Treinamento

Gabriel e a amiga seguiram Elisabeth para fora do quarto. Ela os guiou por um corredor de paredes vermelho sangue. O vampiro reparou que tanto aquele corredor quanto o quarto onde acordara tinham aquela cor nas paredes e móveis de madeira escura. Um tanto irônico, uma vez que era agora a casa de três sangue-sugas. O corredor levava até um cômodo grande, aparentemente, a sala de estar da qual ela falara.

Diferentemente dos outros aposentos onde ele estivera, aquele apresentava uma decoração toda em cores frias, lembrando pedras. Uma grande mesa de Onix ficava num dos lados da sala, do outro havia uma espécie de estante feita de mármore. Até mesmo as paredes e as poltronas da sala tinham aspecto de pedra.

Os três param no meio da sala, os dois amigos impressionados com a decoração do lugar e Elisabeth apenas esperando. Após alguns intantes ela começou:

-Bom, eu tenho um número considerável de coisas que preciso lhes dizer. Desde regras e limites até o funcionamento e desenvolvimento de seus poderes. Normalmente, eu deveria começar com o primeiro... Mas eu, realmente, odeio essa parte... Então, vamos pular para uma aula de teoria e prática. Vamos para o lado de fora.

No caminho para a porta de vidro que dava para o jardim, localizada do lado oposto da mesa, Gabriel ficou ansioso imaginando como seria a noite para ele agora...

Sua pergunta foi respondida no exato instante que Elisabeth deslizou suavemente para o lado da porta. Uma lufada de vento frio invadiu todo o ambiente. O olfato do vampiro foi invadido por centenas de cheiros diferentes, a maioria desconhecidos para ele até então. Ele podia diferenciar o odor do orvalho e das gotículas de água levadas ao ar na pequena queda d’água 50 metros para dentro da floresta que rodeava a casa a mais ou menos dez metros.

Sua surpresa foi ainda maior no momento em que ele pisou na grama, recebendo diretamente em seu corpo a luz do luar. Era uma sensação indescritível, semelhante a um leve formigamento por todo o seu corpo. Era quente como o Sol, mas ainda assim frio. Era como se cada célula de seu corpo se agitasse, sentia-se capaz de tudo. E, principalmente, sentia como se ainda estivesse vivo, pela primeira vez desde que acordara naquela noite.

Ele não sabia dizer quanto tempo se passou desde que ele começou a concentrar-se naquela sensação maravilhosa. Quando voltou a si, Elisabeth estava sentada em uma pedra, olhando para ele e para Dani, compreensiva como sempre.

- Isso que vocês estão sentido é algo característico nosso. Ou melhor, de nós Illuminati.

Gabriel e Dani sentaram-se na grama, próximos da vampira. Só então ele reparou no novo mundo que o cercava. Tudo parecia ter ganhado um brilho diferente, sobrenatural.

- Primeira lição da noite, prestem atenção. Nosso clan tem uma ligação mítica com o luar. Diz a lenda que o primeiro membro do nosso clan, séculos atrás, fez um pacto com um espírito da lua para poder salvar sua amada da morte...




Dimitri e Alessia corriam, desesperadamente, para dentro da floresta. Eles ainda podiam ouvir os gritos furiosos dos aldeões que os perseguiam. Alessia havia sido acusada de ser uma bruxa. E agora, todos da vila estavam atrás dela, querendo queimá-la viva para acabar com as mortes e com a falta de comida. Mesmo seus mais queridos amigos haviam negado-lhes abrigo e agora estavam junto com os demais..


Ao olhar para trás, Dimitri viu que o brilho das tochas havia se distanciado um pouco, porém, não o suficiente.


- Dimitri... – disse Alessia com a voz tremula, apontando para a frente.


Foi nesse instante que ele teve certeza que seus destinos estavam para sempre selados. A sua frente estava o grande lago da região. Levando em conta a temperatura da água e as fortes correntezas, em certos pontos, sabia que seria impossível para eles atravessá-lo nadando. Ele tinha a esperança de despistar os aldeões antes de chegar naquele ponto.


Era isso, tudo acabaria ali... Ele faria de tudo para poder salvar Alessia do terrível destino que a aguardava.


Foi então que ele viu o grande reflexo da Lua na água. Aquilo parecia como um portal para outro mundo... E como que em resposta ao seu pensamento, uma forma luminosa prateada levantou-se da água, mais precisamente do reflexo na água. Tinha uma forma inconstante de um humanoide com dois longos chifres saindo de cada lado da cabeça que apontavam para o chão.


- Você quer salvar sua vida e a de sua amada? – perguntou a criatura.


- Sim... Quem é você?


- Eu sou o espírito da lua... E se você me deixar tomar seu corpo por alguns momentos, eu irei salvar os dois...


-Faça isso! Por favor, eu lhe imploro. Salve Alessia e eu.


Dito isso, a forma começou a vir em sua direção. Dimitri pode reparar que o ser tinha um contorno corporal feminino. Começava a tomar uma forma física mais definida. Era uma “mulher” linda...


Ela aproximou o rosto do seu, seus lábios quase tocando os de Dimitri...


Foi então que a verdadeira forma da criatura foi revelada. O brilho prateada foi substituído por uma leve aura vermelha. A criatura se transformou em uma mulher com longos cabelos negros, orelhas levemente pontudas, pele bronzeada, os dois chifres agora eram negros e dentados. Em suas costas cresciam asas negras semelhantes as de um morcego e por entre suas poucas roupas saia uma cauda fina e pontuda. Seus pés estavam descalços e tinha unhas pontiagudas nas pontas dos dedos. O mesmo acontecia em suas mãos. Seu rosto, antes angelical, agora apresentava um sorriso insano e perverso, com caninos salientes, e olhos ora amarelos ora avermelhados, lembrando uma chama.


Antes que Dimitri ou Alessia pudesse reagir, o ser demoníaco cravou as unhas de ambas as mãos no peito do rapaz e separou as mãos como se abrindo seu peito. Misteriosamente, ao invés de sangue, uma forte luz leitosa saiu de dentro do buraco. Em instantes, a criatura jogou-se dentro do buraco que abrira, para o interior do corpo de Dimitri.




Porém, Dimitri havia sido enganado. A criatura que lhe apareceu não era um espírito, e sim, um demônio disfarçado. Uma vez que havia tomado conta do corpo de nosso antepassado, ele virou-se para Alessia e a multidão que chegava ao local...

Houve um silêncio...




Poucos momentos após a criaura ter tomado o corpo de Dimitri, uma grande multidão os alcançou, vinda das arvores. Vários pontos luminosos de cor alaranjada sairam da floresta, práticamente todos os aldeões carregavam tochas, além de pequenas foices de colheita, porretes e até mesmo forcados.

Alessia, mesmo não tendo entendido o que acabara de acontecer com seu amado, se encolheu atrás dele, procurando desesperadamente algum abrigo em seu corpo.

- É a bruxa! Ela trouxe essa praga maldita para nossa vila, destruiu nossas plantações e matou nossas famílias!

- Estamos perdidos - disse a garota entre lagrimas, encostando assustada a cabeça nas costas do amado - Nós vamos morrer...

- Peguem-la! Ela e o traidor que a protege! Matem-lo e peguem ela!

- Não serei eu o morto...

Se Alessia não tivesse visto que esss ultimas palavras haviam saido da boca de Dimitri, ela nunca teria reconhecido sua voz. Ela estava extremamente distorcida, abafada e de tom irregular. Como a de uma pessoa possuida...

- Peguem-los agor...

O homem com o forcado não pode terminar a frase. Em menos de um segundo, o demônio cruzou a distância entre eles e desferiu um soco em seu abdomen forte o bastante para joga-le alguns metros para trás, derrubando também outros 3 homens. Antes que qualquer um dos humanos pudesse reagir, Dimitri pegou o forcado que o homem derrubara, girando violentamente sobre sua cabeça e acertando a tempora de um adolecênte com a ponta de madeira. O jovem caiu sem vida no chão imediatamente, com o crânio visivelmente fraturado. Em continuidade ao movimento giratorio, o corpo possesso arremeçou  forcado, cravando os 3 dentes no peito de um velho que investia contra ele.

Alguns aldeões começavam a recuar ao ver seus companheiros cairem tão faclmente, já outros ficaram ainda mais agitados, como que em um frenesi insano. Os que antes recuavam, voltaram a avançar contra Dimitri quando viram os outros fazendo isso sem medo. Aquilo era exatamente o que ele queria. Ele habilmente desviou dos golpes vindos de todos os lados, esperando que o maior número possivel de atacantes estivesse perto dele. Quando apenas 3 não estavam ao seu redor atacando-o, ele rapidamente pegou a adaga que uma mulher usava paa golpea-lo. O demônio saltou verticalmente à quase 3 metros de altura, virando de cabeça para baixo quando atingiu a altura máxima, e durante a queda ele girou o corpo, passando habilmente a lâmina pelo pescoço de quase todos que o certavam.

Chegando ao chão, Dimitri apoiou a outra mão, aparando a quedra, e rapidamente se pos de pé. Comum rápido gesto, abriu a barriga da mulher que conseguira escapar de seu ultimo golpe. Quando ela caiu ao chão, tentando mater com as mãos suas entranhas dentro do próprio corpo, um dos aldeões que não entrara no ataque começou a se virar para correr. Imediatamente, o demônio jogou a adaga em sua direção, cravando ela em suas costas, na altura dos rins, rompendo-lhe a coluna devido a força monstruosa do arremeço. O jovem caiu paralizado no chão.

Aproveitando o momento de espanto causado pela cena, ele terminou com os dois últimos inimigos que restavam. Cansado da brincadeira, ele apenar bateu a cabeça de um contra a do outro, quebrando ambas com o golpe. Ele foi então até o jovem agora paralítico da cintura para baixo. Lentamente, o demônio retirou a adaga das entranhas do garota e virou seu corpo de barriga para cima.

- Dimitri, sou eu... Não me mate... Pelos nossos anos de amisade...

- Desculpe-me, mas o Dimitri não está no momento.

- Por que você está fazendo isso conosco? - continuou o jovem, cuspindo sangue entre cada frase - Nós eramos amigos... Por que você matou a todos...

- A hipocrisia humana me espanta mais a cada dia - respondeu o demônio de forma sarcástica - Vocês quase me superam... Quase

Dizendo isso, ele carvou novamente a adaga na barriga do garoto e arrastastou ela em direção ao seu peito, arrancando gemidos de agonia da vítima. Normalmente ele teria brincado por horas com ele, torturando-o de maneiras inimaginaveis, mas ele não podia esquecer da mulher, que olhava para tudo aquilo horrorizada. Ele então cravou a lâmina abaixo da mandíbula do rapaz, direcionando sua ponta para seu cérebro, terminando com seu sofrimento.

O demônio havia matado a todos, enquanto Dimitri via tudo pelos olhos de um corpo que ele não comandava mais. Deixando apenas Alessia viva. Foi então que, em meio aos corpos dilacerados de todos os aldeões, ele caminhou na direção da mulher, pegando-a pelo pescoço e a matou ali, cravado as garras de sua outra mão em seu abdômen, de modo que apenas seu pulso ficasse fora do corpo da mulher. Depois disso, ele abandonou o corpo de Dimitri. Agora sem alma e amaldiçoado a uma vida eterna alimentando-se de sangue humano, com o corpo morto de Alessia em seus braços.


O recém criado vampiro não pode aguentar o que havia acontecido. Matara seu grande amor e todos os aldeões com suas próprias mãos... Por que ele? Por quê!? Aquilo não podia estar acontecendo, não podia acreditar em tudo aquilo...


Dimitri olhou para a Lua, por entre as lágrimas negras de seu desespero e clamou:


- Lua, esfera divina. Disco de prata que traz luz até mesmo para a mais escura das noites. Eu vos peço ajuda para um desesperado... Por favor, me ilumine mais uma vez... Ilumine Alessia mais uma vez...


Em resposta, uma nova criatura de brilho prateado desceu em direção à margem do rio onde tudo acontecera, vinda da própria Lua.


- Ser amaldiçoado. Tu, que sofrestes com a sagacidade voraz de um demônio entediado, pediste minha ajuda, e aqui estou – disse o espírito lunar, dessa vez com uma voz que ecoava no interior de quem o ouvia.


– Posso salvar sua amada, mas, em troca, peço-lhe que, desse dia em diante, reverencie sempre a mim.


Dimitri ficou relutante em aceitar um segundo acordo naquela noite... Mas não havia tempo. Ele apenas concordou com a cabeça.


O espírito lunar pôs uma mão sobre a cabeça dele e outra sobre a de Alessia, proferindo algumas palavras desconhecidas para ele.


- Morda ela...


- O que!? Ela já morreu...


- Morda ela – Repetiu. Dessa vez ele não teve dúvida. Cravou os dentes no pescoço de seu amor. Ele pode sentir uma sensação nova de prazer.


-Desse dia em diante, você e seus descendentes devem reverenciar-me. Em trocas dou-te alguns poderes e principalmente uma vida nova para Alessia.


Finalmente, o peito de Alessia começou a mover-se timidamente, apenas por hábito.


- Vivam sua enorme paixão através das eras, mas nunca esqueçam de seu compromisso comigo. Tudo que lhes dei posso tirar um dia...




Os três vampiros ficaram em silêncio durante alguns minutos com o fim da narrativa.

- Quais eram os poderes que o espírito mencionou? Eles ainda são passados para nós?

- Bom... É meio complicado... Para um vampiro nobre normal, as qualidades de nobre que ele tem são passadas apenas para a primeira cria que ele faz... E a medida que que ele cria mais vampiros, o nível deles cai. Você, Gabriel, é minha primeira cria. Nós do clan Luminatti temos uma habilidade especial quanto a isso, quando nós mordemos nossas crias em uma noite de lua cheia, há um aumento no nível dela. Desse modo, se transformamos a segunda pessoa nessas condições, ela recebe os mesmos poderes da primeira de um vampiro normal, esse é seu caso, Dani... Já Gabriel é ainda mais forte do que eu... Ou, ao menos virá a ser...

Vendo a confusão nos rostos dos dois amigos, Elisabeth completou:

- Eu explicarei melhor isso para vocês quando falarmos sobre poderes vampíricos... Tem, também, nossa recuperação acelerada na luz do luar... Mas isso é assunto para outro momento...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Capítulo 6 – Uma Confissão

Hector acordou de sobressalto. Rapidamente, sentou-se na cama e olhou confuso ao seu redor, aquele não era seu quarto. Após alguns instantes, as memórias da noite anterior foram, gradualmente, voltando para sua mente. Eles haviam encontrado Isabel, finalmente, mas agora ela estava um tanto diferente. Havia se tornado uma licantropa.


Ele se lembrou do sonho que acabara de ter. Fazia mais de um ano que ele havia parado de ter sonhos. Eles haviam se reduzido após sua transformação. Aquilo o perturbou um pouco, mas não havia muito a ser feito.

O vampiro se levantou da cama, calçou seus coturnos negros e saiu de seu quarto temporário. A porta dava para um longo corredor, cujas paredes eram decoradas com várias pinturas de aparência antiga. Após alguns passos, ele encontrou uma escada em espiral a sua esquerda que descia até o primeiro piso. Lentamente, desceu a escadaria produzindo apenas um leve ruído com seus passos, que não se preocupou em esconder.

Os degraus terminavam num dos cantos da principal sala de estar da casa. Em sua primeira avaliação rápida do lugar, julgou-o vazio e avançou na direção de uma das poltronas próximas à lareira, sentando-se. Um instante após ele ter fechado os olhos, foi surpreendido por um chamado.

- Hector! Finalmente acordaste. Estava começando a ficar preocupado.

Era Guilherme, estava sentado em uma poltrono também próxima ao fogo. Ele estivera ali todo aquele tempo? Impossível, o vampiro lembrava-se claramente de ter visto aquela poltrona como estando vazia instantes atrás.

- Bom dia Guilherme. Ou melhor, boa noite.

- Boa noite meu caro amigo.

- Aonde estariam os outros?

- Isabel e Daniella saíram para um passeio por um bosque próximo. Elas tem muita conversa para por em dia, acredito eu. E Miguel foi resolver alguns assuntos pendentes de nossa família, não deve tardar para voltar com as garotas.

- Como assim saíram? Que horas são?

- Já passa da meia-noite.

Aquilo era muito estranho. Como ele havia dormido tanto assim? Aquilo, realmente, não era de seu feitiu.

- Se importa que eu lhe faça uma pergunta um tanto pessoal? – disse Guilherme.

- Sem problemas.

- Espero não estar sendo inconveniente. O que aconteceu para que tivesse um sono tão perturbado?

- O que queres dizer com sono perturbado? – perguntou Hector.

- Bom, houveram momentos durante o dia que você se sacudia violentamente na cama. E, outros que gritava como se estivesse sendo ferido.

Hector não respondeu, aquilo era algo fora do comum.

- Desculpe-me se perguntei algo que não devia...

- Não, não. Está tudo bem. Bom, digamos que tive um sonho perturbador.

- Sonho? – perguntou Guilherme, a curiosidade em sua voz era clara como água – Não sabia que vocês ainda eram capazes de sonhar...

- Eu, também, não. Mas sonhei. Sonhei com o dia em que eu e Daniella fomos transformados... e de nosso primeiro dia em nossa nova vida.

- Ah, claro. A noite em que foram atacados por Elisabeth. – Guilherme vendo a confusão no rosto de Hector, completou – Isabel nos contou uma versão resumida do ocorrido hoje mais cedo. Mas acredito que ela omitiu algumas coisas. E que elas são o motivo de seu sono agitado. Se importaria de me contar o que mais ocorreu naquele dia?

Hector hesitou, relutante se podia confiar no lobo. Ele nunca contara sobre aquilo para ninguém, nem mesmo Daniella sabia de todos os detalhes, de sua promessa. Guilherme seria mesmo confiável? Isabel parecia acreditar muito nele. Talvez aquilo fosse suficiente.

- Bom, confesso nunca ter falado sobre isso com ninguém. Nem mesmo com Daniella. – Hector parou alguns segundos para decidir o que iria falar – Digamos que Dani e eu não recebemos muito bem a notícia da transformação. Principalmente, ela que sempre teve uma ligação forte com a família.

- Claro, vocês não poderiam mais ver seus pais. Mas isso não explica muito sobre seus pesadelos.

- Acontece que... – Hector exitou por um instante – A culpa de tudo isso foi minha. Dani sofreu daquela maneira por minha causa.

- Sua?

- Sim. Naquela noite, eu tentei fazer uma declaração estupida para Daniella. Se eu não tivesse feito isso, ela provavelmente teria ido atrás de Isabel. Ou se eu tivesse tido coragem suficiente para falar tudo, nós talvez nunca teríamos visto Elisabeth caminhando ferida, nem ido em sua direção para tentar ajudá-la.

- Entendo – respondeu Guilherme ao fim da narrativa.

Após isso, houveram alguns minutos de silêncio. Hector olhava para Guilherme e esse para o chão, pensativo.

- Provavelmente, você me dirá que a culpa não foi minha. Que eu deveria esquecer isso tudo e seguir em frente – Disse o vampiro, quebrando o silêncio – Mas, após o acidente, eu fiz uma promessa. Daquele dia em diante, eu nunca mais permitiria que algo ou alguém fizesse uma pessoa importante para mim sofrer.

- Você se engana ao pensar que direi algo assim. Se você julga ser culpado do ocorrido, talvez seja. Não sou ninguém para dizer o contrário. E quanto a sua promessa. Ela é realmente bonita de se dizer. Mas você acredita mesmo que pode cumpri-la?

- Farei meu o possível para isso.

- Assim espero. – concluiu Guilherme.

Após algum tempo, eles continuaram a conversa.

- E qual seria a sua relação com Elisabeth agora? – interrogou Guilherme.

- Bom, ela foi quem cuidou de nós durante nosso primeiro ano. Nos ensinando sobre esse mundo noturno, sobre nossos poderes e fraquesas – respondeu Hector, curioso com relação à pergunta – Acredito que ela seja como uma irmã mais velha para nós. Apesar de não mantermos muito contato com ela desde nossa separação. Digamos que não estavamos interessados em uma vida sob as ordens do clã. Algum motivo especial para a pergunta?

- Não, nenhum.

Eles se olharam fixamente durante algum tempo. Até que o lobisomem quebrou a tensão, dando um sorriso e mudando de assunto.

- Não sei se você sabe, mas existe algumas semelhanças entre nossos clãs. Mais do que isso, existe uma história antiga entre eles.

Hector continuou a olhá-lo, curioso. Ele havia ouvido de Elisabeth algumas coisas sobre o clã Timide, mas nada muito detalhado. Eles também eram conhecidos como Night Stalkers por causa de sua grande habilidade durante a noite. Sempre furtivos, engenhosos e calculistas.Mas ao mesmo tempo generosos e vaidosos.

- Além do conhecimento geral, que as vezes não nos é muito gentil, nós sempre fomos apaixonados pelas artes. Por exemplo, fato que você deve ter reparado em nossa casa.

Hector apenas acenou afirmativamente com a cabeça.

- Mas outra importante paixão de nossa família está nas artes ocultas. Nosso clã, assim como o seu, tem uma relação especial com a lua. Embora um pouco diferente. Por volta do século XIV, nosso pai, um dos primeiros de nossa espécie, veio a ter quatro filhos. E, como que por uma fatalidade do destino, todos nós fomos contaminados com a peste negra antes que nossos poderes viessem a se manifestar...

Nesse instante, ambos ouviram os ruídos vindos do lado de fora da casa.

- Talvez seja melhor continuar essa história em outro momento.

- Concordo...

- E não se sinta ofendido se minhas perguntas pareceram desconfiadas ou intrometidas. Eu precisava ter certeza que poderia confiar em você. – esclareceu Guilherme.

Vendo a confusão no rosto do vampiro, ele completou:

- Não se preocupe, explicarei isso também quando a hora chegar.

Terminada essa frase, as portas se abriram e as duas garotas e o segundo lobo entraram.

- Guilherme, que história é essa de mandar o Miguel nos vigiar? – questionou Isabel.

- Nós realmente somos capazes de nos defender sozinhas! – completou Daniella.

- Mil perdões para ambas, mas eu estava apenas preocupado com a sua segurança.

- E o que, nesse mundo, seria idiota o suficiente de atacar uma vampira e uma Mannari? – disse Isabel.

Hector reparou o rápido olhar entre Guilherme e Miguel. Eles estavam escondendo alguma coisa...

- Tudo bem, tudo bem. – desculpou-se Guilherme.

Só então elas notaram a presença do vampiro sentado na poltrona.

- Hector! Você está acordado, finalmente. Eu já contei para eles sobre a noite em que nós...

-Sim, sim. Guilherme já comentou isso comigo. – interrompeu Hector.

- Ah... Espero que não se importe... – falou Daniella.

- Nem esquenta – disse Hector sorrindo.

- Gabriel... – chamou Isabel.

Hector olhou para ela. Na dúvida se devia ou não reclamar dela ter utilizado seu nome antigo. Mas antes que ele fizesse algo, Dani deu uma leve batida na amiga com o cotovelo, e essa corrigiu rapidamente.

- Digo, Hector...

- Tudo bem Isabel, pode me chamar de Gabriel se quiser.

- Hey! Eu também quero poder te chamar de Gabriel! Você sempre reclamou quando eu fazia isso! É injusto!

Os dois amigos começaram a rir, mesmo com os protestos de Daniella.

- Ok, então. Gabriel... – disse Isabel se aproximando do amigo enquanto Dani estava distraída reclamando dele para Guilherme, que parecia muito entretido com a narrativa – Eu queria falar à sós com você mais tarde. Quando puder, vá ao meu quarto e me espere lá...

- Certo...

Todos voltaram a conversar alegremente.

De repente, uma sirene de alarme começou a tocar na sala, os três amigos olharam para Guilherme e Miguel, esperando alguma explicação.

- Há alguém entrando na propriedade. Vocês estavam esperando alguém? – perguntou Guilherme olhando para Miguel e Isabel. Ambos responderam negativamente. Então, ele continuou - Preparem-se, nós vamos fazer-lhe uma recepção especial.

Os dois vampiros pegaram seus sobretudos negros. Todos os cinco saíram de dentro da casa e avançaram na direção do portão leste da propriedade, que era grande e cercada por um pequeno bosque, foi de lá que viera o alarme.

sábado, 4 de setembro de 2010

Capítulo 5 – Recordações 3: O Desespero de Uma Nova Vida

Hector nunca havia sonhado desde que acordara para sua nova vida, porém aquela noite foi diferente. Talvez por causa da emoção de reencontrar Isabel, talvez por aquela ser uma noite de lua cheia, ocasião um tanto relevante no seu caso, ou então por causa de algo misterioso como um alinhamento planetário (apesar de duvidar muito desse), mas aquela noite foi diferente. Hector foi novamente assombrado por um fantasma que ele há muito enterrara. O fantasma da culpa.

Gabriel acordou. Ele se sentia diferente, não sabia descrever o que sentia, mas aquilo lhe era agradável.

Ele se sentou. Estava deitado em uma cama dentro de um quarto completamente escuro, mas estranhamente ele podia ver os menores detalhes dos móveis e paredes. Havia uma janela bloqueada por pesadas cortinas, mas considerando a temperatura, os sons que vinham de fora da casa e a mínima luminosidade prateada que passava pela parte inferior da cortina, ele podia deduzir que era noite.

Foi então que ele parou para se perguntar como ele sabia de tudo aquilo. A julgar pelas paredes, deveria ser impossível que ele ouvisse qualquer som vindo de fora. Ainda assim, podia escutar o canto de um grilo na rua, e até mesmo os silenciosos passos de um gato espreitando alguma presa.

Deixando isso de lado, pelo menos por enquanto, ele prestou mais atenção ao resto do ambiente. Ao lado de sua cama havia outra, e nela estava deitada Daniella.

Ao ver a amiga ele finalmente se lembrou do que ocorrera na noite anterior; da comemoração com as duas amigas, da separação de Isabel do grupo, de sua falha tentativa com Dani, do ataque...de todo aquele sangue...

Porém, ao levar a mão ao pescoço, não havia ferimento algum. E, após examinar o corpo da amiga, constatou que ela também não exibia nenhum sinal do que ocorrera na noite anterior.

Qual era o significado daquilo?!

Sua resposta veio na forma de uma mulher loira abrindo a porta do quarto. Ele demorou alguns instantes para reconhecê-la. Aquela era a mesma mulher da noite anterior. Porém agora com uma calça jeans preta, uma brusa branca e um corpete preto de couro por cima.

- Finalmente vocês acordaram – disse ela enquanto caminhava para dentro do quarto.

Como ela era linda!

Ao notar a aproximação da mulher, Gabriel começou a recuar, mas acabou tropeçando e caindo sentado na cama. A mulher esboçou um leve sorriso triste ohando para ele.

- Não precisa se preocupar, não os atacarei novamente.

- O que houve? Onde estamos? O que é isso que está acontecendo comigo?

- Não acha que são muitas perguntas para se fazer a alguém que você não sabe nem mesmo o nome?

Ele era obrigado a concordar com aquilo. Ele fechou os olhos e, após um minuto, conseguiu se acalmar.

- Qual seria o seu nome?

- Chamo-me Elisabeth Illuminatti, e responderei a todas as suas perguntas, após sua amiga acordar.

Eles ficaram se olhando pelo que poderiam ser minutos ou horas, até que, finalmente, Daniella começou a se mover lentamente. Ela se sentou, o cabelo levemente bagunçado por cima de seu rosto que parecia um pouco doente. Ela estava muito pálida.

A garota demorou um pouco para perceber que não estava em seu quarto e, uma vez tendo notado isso, começou a olhar freneticamente ao seu redor.

- Onde raios eu estou?! Gabriel, o que você está fazendo aqui? Você por acaso me drogou e... Se você fez alguma coisa, eu te mato!

- Dani, meu Deus, se acalme!

Daniella olhou então para Elisabeth. Ela pareceu que ía perguntar-lhe alguma coisa, quando sua expressão mudou violentamente para o pânico. Em menos de dois segundos ela havia levantado e corrido para as costas de Gabriel. O garoto ficou em dúvida se ela queria que ele a protegesse, ou se ele era apenas algo como um escudo de carne. Preferia se iludir e achar que era o primeiro.

- Como já disse ao seu amigo, não lhes farei mal algum. Pode relaxar.

Dani lentamente saiu de trás do amigo e sentou-se ao seu lado na cama.

- Pois bem, estamos ambos acordados, poderia responder as minhas perguntas agora?

- Certo, certo. Primeiramente, chamo-me Elisabeth Luminatti. Este é um dos aposentos de uma das minhas casas de campo. Basicamente estamos nas proximidades do município de Tapes, na parte norte da Lagoa dos Patos.

- Lagoa dos Patos?! Beleza, a gente andou um pouco...

- Certo – começou Gabriel – O que aconteceu na noite passada? E o que é isso que estou sentindo agora?

- Verdade, também estou me sentindo... estranha...

- Tá... Agora começa a parte complicada da coisa...

- Se me permite o palpite, você é uma vampira não?

Ambas param e ficaram olhando fixamente para ele. Suas caras eram de espanto, porém em graus e sentidos diferentes. Dani olhava para ele como se ele tivesse falado algo absurdo, mas também tinha um leve tom de histeria. Já Elisabeth olhava-o com curiosidade, junto ao espanto.

- Não seja absurdo...

- Você me surpreendeu um pouco... Sim, sou uma vampira.

Ele havia suspeitado, apesar de ainda duvidar muito de sua teoria. Para ele, vampiros eram apenas seres fantasiosos, utilizados pra assustar crianças e divertir fãs do horror e do macabro como ele.

Foi então que ele olhou para Dani. Sua face agora era uma mistura de terror, surpresa, admiração, e medo, muito medo.

- Eu pretendia fazer isso de uma forma mais suave - continuou a vampira - mas já que as coisas já andaram até aqui... Como você disse, sim, eu sou uma vampira... E vocês também são.

Ouvir aquilo foi um tanto chocante, mas realmente explicava muita coisa; a melhoria em sua audição, sua habilidade de enxergar mesmo no escuro. Mas ainda assim era tudo fantasioso demais.

- Essa, infelizmente, ainda é a parte fácil da coisa. Vocês são vampiros agora. Têm coisas básicas como uma força, velocidade e sentidos desumanamente apurados, mas precisam aprender a controlá-los. E após terem feito isso, poderão ter outras habilidades. Junto a isso, vocês agora têm alguns problemas com coisas como alho, água benta, estacas cravadas em seu coração e a luz do sol. Mas o principal: vocês agora têm sede. E vocês devem imaginar de que...

- Sangue...

- Exato. E é aí que nasce o problema. Vocês precisam se alimentar, e se não o fizerem, seu organismo irá obrigá-los. Vocês irão atacar quem quer que seja, pensando unicamente em se alimentar. Seriam capazes de matar sua própria família...

Ele finalmente entendeu o caminho que aquilo estava tomando...

- Infelizmente... Vocês não poderão mais ver suas famílias, talvez nunca mais...

Aquilo, mesmo não sendo exatamente uma surpresa, ainda era extremamente chocante. Ele pensou principalmente em sua mãe... Aquilo realmente o deixou triste, principalmente porque eles sempre acabaram sendo muito próximos. Mas, infelizmente, ele sabia que não haveria outra solução e aquilo era algo sem volta.

Gabriel ouviu um leve som de choro. Quando olhou para o lado viu sua amiga com a cabeça abaixada, encoberta de cabelos.

- Dani...

Ao olhar para o chão ele notou que havia uma pequena mancha negra no carpete branco, e em seguida outra ao lado e mais outra, todas embaixo de onde estava o rosto de sua amiga.

- Dani?

Finalmente sua amiga levantou a cabeça. Seu rosto estava marcado por dois grossos filetes de um líquido grosso e escuro, que saía de seus olhos, como lágrimas...

- Eu nunca mais poderei ver meus pais? – disse ela em meio às lágrimas, sua voz falhando – Nunca?

- Provavelmente. Na melhor das hipóteses, em um ano, mais ou menos... Se você tiver certeza que eles serão compreensivos a ponto de te deixarem viver sua vida sozinha, sem mais perguntas.

Daniella desabou completamente. Espessas lágrimas daquele choro maldito escorriam por sua pele e caíam, manchando chão. Inconscientemente, Gabriel abraçou a amiga, tentando em vão consolá-la. Ela o abraçou em resposta, um abraço forte o bastante para ter lhe quebrado as costelas se ele ainda fosse humano, completamente tomada pelo desespero.

A única coisa que ele pôde pensar naquele momento foi que era sua culpa. Aquilo tudo era sua culpa. Se ele não tivesse parado Daniella para tentar estupidamente se declarar para ela, se ele tivesse deixado que ela fôsse atrás de Isabel e esperado sozinho, guardado apenas para si próprio aquele destino. Ou então, se tivesse sido forte o suficiente para dizer antes o que sentia e abraçado Dani, fazendo com que nenhum deles tivesse ido na direção de Elisabeth. Nada daquilo teria acontecido.

A culpa era sua. Sua melhor amiga, a quem ele amava desde que a conhecera, estava sofrendo como nunca antes por sua fraqueza. E agora ele não podia fazer nada além de abraçá-la e dizer bobagens como “tudo vai ficar melhor”, quando nem mesmo ele sabia disso.

Naquele instante, Gabriel tomou uma decisão. Ele enterraria aquela fraqueza, aquela paixão boba. Nunca mais ele iria fazer alguém importante para ele sofrer. Daquele dia em diante, ele protegeria Dani, para que ela jamais chorasse daquela maneira novamente.

O garoto olhou novamente para Elisabeth e viu que ela também chorava, menos que Daniella, mas ainda assim chorava. Como se entendesse aquele sentimento.

- Farei o que for possível para ajudar vocês desse dia em diante. Quero que entendam que eu sei que não há perdão para o que eu fiz. Nem mesmo eu me perdoarei por aquilo...

Foi a vez de Dani falar:

- Nós sabemos que você apenas fez aquilo por não ter outra alternativa – disse a garota levantando o rosto, ela ainda chorava, mas mostrava uma expressão diferente agora, de uma pessoa forte – Correto?

Elisabeth acenou com a cabeça concordando.

- Então não há necessidade de perdão.

- Nós pedimos apenas que nos ajude durante os primeiros anos. Após isso, daremos um jeito.

Os três se olharam por algum tempo, até que a vampira loira quebrou o silêncio.

- Venham comigo até a sala de estar. Irei explicar-lhes como tudo funciona e mostrar a casa onde passarão o próximo ano.

Com isso, os três vampiros se levantaram e saíram do quarto.